eu fui dos piores.
Em todos os momentos da minha vida.
Bastava uma mão erguida, um sorriso grato ou um olhar perdido.
Bastava até mesmo um leve toque despercebido.
Eu fui o pior de todos...
Chorava escondido no quarto trancado.
Chorava até mesmo nos livros abertos e ociosos.
A cada gesto cessado...
A cada porta fechada...
Era semanalmente.
Como um bêbado entorpecido...
Sem nada a receber.
Sem proximidade...
um frustrado.
um ex-viciado aparentemente curado.
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acordado.
Eu não tenho mais motivos.
Nem Platão aguentaria tanto idealismo...
Depois de alguns anos...
e uma meia-hora desconcertante...
entendi.
no fundo eu sempre soube.
era simples.
óbvio.
'rídiculamente' claro.
Tudo bem...
fui tolo.
inventava possibilidades...
Qualquer declaração sua era uma suposta intenção amorosa.
mas acabou.
Tudo o que eu preciso é de um momento para deliberar...
...e o agosto reanimou o dezembro.
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moldado.
Fui conteúdo e coerência...
nenhum dos meus infortúnios lhe foi revelado.
Fui pacato, inócuo e amordaçado...
nenhuma frase minha foi instintiva...
cada gesto, sorriso e insatisfação...
Fui rebeldia, farsa e poesia...
Fui tudo aquilo que não sou e preciso...
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coisas que preciso aprender sozinho...
olhar nos olhos de quem me prende a atenção;
"estender" uma conversa;
acreditar em um grupo;
fingir entusiasmo;
repetir acertos.
chorar sem moderação;
desabafar;
despertar interesses...
...
aceitar a sua indiferença;
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Sem Ego.
Ando descalço,
não temo aos cacos.
Face ao vento, à sujeira,
não temo à fealdade.
Não vejo os perigos do álcool.
Ignoro a rejeição ao cigarro.
Percebo os perigos das esquinas,
das praças, do trânsito,
mas nada temo.
Quando penso nos que se foram,
não me angustio, não me preocupo.
Não temo por mim!
Não temo aos assaltos.
Não temo aos seqüestros.
Não temo às guerras.
Não temo aos perigos.
Não temo aos vícios.
Não temo à vida.
Não temo à morte!
Nem posso morrer,
porque não existo!
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a última vez.
eu ainda tinha esperança...
fui por tentativa.
por curiosidade.
precisava me culpar por algo do tipo.
fui sem rumo.
sem ânimo, visão.
toda essa monotonia...
...
estou exausto.
submerso em desamor...
...
eu me cansei dessa necessidade de te esquecer.
dos meios negligenciados...
já fui bem menos desapegado...
hoje, sou minha pior companhia.
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quinze dias.
Eu não saberia como te dizer...
Por meses esperei um sinal, uma falsa oportunidade...
Como é difícil ser verdadeiro depois que uma mentira está tão consolidada...
sim !
eu sou uma massa pré-fabricada...
todos os meus sentimentos por ti são falsos...
falsa rebeldia.
falsa alegria em demasia.
perdi minha identidade na primeira audição de "Supposed Former Infatuation Junkie"...
eu trocaria todas as minhas fúteis conquistas materiais...
por um sinal.
por alguma oportunidade...
eu esperei por meses, anos...
eu aguento mais uns dias...
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As tentativas
busco por toda uma eternidade.
[são tantas...]
reaver o que foi mais ou menos ?
arriscar sem concessões?
meus pés doem...
o grau aumentou...
a fealdade me consome...
alguns vícios,
alguns anos...
uma pena...
são muitas...
muitas possibilidades...
e tão poucas tentativas...
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a volta.
a distância, não mais me atormenta.
as estradas, as belas praças, a simplicidade, os rostos cansados e envelhecidos..
a incessante garra por justica...
a alegria de estar documentado. e reconhecido.
a sinuca, as bebidas, as piadas...
cada vez mais me fascino.
a vida tem mais sentido fora de casa.
fora dos laços pífios e imutáveis.
...
me sinto mais vivo perto dos desconhecidos...
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Dois Lados
Perdido. aqui.
no escuro. obstruído.
na mente. um vácuo.
de loucura. preenchido.
o escudo. as luzes,
me protege. não enxergo.
o medo. seu vulto.
deste lado. procuro.
Teus rastros. teu aroma.
onde andas? estou no fim?
entre as nuvens, um reflexo!
tua sombra! eu vi!
Não fujas. tão distante.
por favor! de mim.
sigo-te, pois te amo.
em outras trevas, mesmo assim.
o campo.
fujo da tormenta.
das conversas repetidas.
sem reciprocidade,
estendo a mão, peço conselho.
peço apenas um olhar de aquiescência.
eu não busco entendimento.
aceito a condição ...
fujo da tormenta.
das conversas repetidas.
sem reciprocidade,
estendo a mão, peço conselho.
peço apenas um olhar de aquiescência.
eu não busco entendimento.
aceito a condição ...
desculpas...
Por me culpar pela sua infelicidade
Por ser impulsivo e desagradável em momentos inoportunos..
Por ser tão desapegado ao meu corpo
Por não respeitar seus sentimentos...
Por ainda esperar...
.
.
.
eu me peço desculpas:
por nunca ter me apaixonado....
por ainda ser exatamente como sempre fui...
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